O cristão não pode viver o mundo, também não podemos viver isolados dele. Nós somos tão necessários ao mundo que não podemos ser dele. Foi o Mestre que nos enviou sem permitir que nossa comunhão com Ele se rompa.
Jesus nos deu as armas necessárias para ser assim: “Estar, sem pertencer”. Cada vez que não exercemos o papel de “sal da terra”, ela se apodrece; Cada vez que não somos “luz do mundo”, as trevas escurece a vida das pessoas ao nosso redor.
Mas o sal por si só tem a força de preservar, e a luz tem em si a força de iluminar – não existe resistência nem força nas oposições ao sal e à luz, bastando que estes estejam presente.
O mundo é invasivo, esmagador, exigente, e uma simples profissão é suficiente para sugar toda a força do cristão se ele não for vigilante. Vivendo neste mundo, não podemos nos declarar puros e isentos dos pecados do dele. Nós nos tornamos presentes no pecado coletivo (Rm 3.10). Nós temos não só o pecado original, mas também o pecado histórico em que o mundo nos coloca: sendo você padeiro, soldado, banqueiro ou qualquer profissão – esse sistema do mundo consome parte de nossa consciência.
Mesmo assim, não temos o direito de nos acostumar-mos com este mundo. O mundo sempre deverá ser escândalo para o cristão, é por isso que Jesus disse que nossos pés estão sujos, e precisam sempre estar lavando, apesar do espírito estar pronto.
Isso porque, vivendo no mundo, nós vivemos no domínio do príncipe deste mundo, que é Satanás, e tudo que presenciamos ao nosso redor, são ações desse príncipe e dos mandatários dele
Estamos envoltos no sistema do reino das trevas, e é nesse lugar que a luz e o sal deve fazer seu efeito, pois não podemos recuar e dizer que não temos nada a fazer – isso seria cuspir na face daquele que pediu ao Pai para que não nos tirasse do mundo.
De um lado, é impossível tornarmos este mundo menos pecador; de outro, não é possível que o aceitemos como tal. Mas foi justamente neste dilema que fomos colocados e se pensarmos que não podemos fazer nada, é o mesmo que fazer o jogo de Satanás (Reflexão 46)