Todas as pessoas que nascem do Espírito deixam de ser escravos do medo e passam a serem filhos que podem acessar a presença do Pai.
E estes quando o fazem – Estão em Oração.
I. Recebendo a Vida em Nosso Espírito
Romanos 8.15
Porque não recebestes o espírito de escravidão novamente para temer; mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai ….
Quando usou a expressão “Abba, Pai”, o apóstolo Paulo não estava simplesmente ensinando aramaico para a igreja de Roma.
Ele estava dizendo que, assim como Jesus orou “Abba Pai”, ou “Paizinho” – como origem de um lugar de onde eu cheguei aqui, nós também devemos ter esse sentimento – nossa origem está em Deus por que nascemos de Deus e isso muda tudo.
Sim, isso muda tudo começando pelo modo em que nós devemos orar.
II. O Clamor do Nosso Próprio Espírito
Romanos 8.23
E não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo ….
Nosso espírito (o espírito do homem), uma vez que foi vivificado pelo Espírito Santo, passa a ter percepções espirituais e nos tornamos desejosos de ver completar a obra de Cristo em nós.
Aqui Paulo mostra que não só a natureza (as coisas criadas) gemem, como nós também gememos até que o complemento da adoção se complete
ADOÇÃO: Tanto no verso 15 quanto no versículo 23 a palavra “Adoção” usada não significa que Paulo esteja negando a nossa participação na ou da natureza de Deus e Cristo em nós, MAS simplesmente usando uma palavra grega para dar o entendimento de que não pertencíamos à família de Deus e que fomos aproximados pela Adoção.
Na Adoção natural, a criança passa a ter acesso à sua nova casa, à mesa de jantar, acesso aos compartimentos íntimos da nova casa e até o afago, abraços e carinho de seus novos pais, ainda que jamais terá o DNA de sua nova família
Ao contrário disso, o nascido de novo além de ter todas aquelas coisas citadas acima, também terá gradativamente pela fé e terá de fato completo na ressurreição dos justo a natureza divina.
III. A Oração Inspirada Pelo Espírito Santo
Romanos 8.26
Também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.
“…fraquezas… “ Aqui fala de nossa condição mortal, condição moral e limitada, portanto, nos tornando incapazes de orar como convém por nós mesmos e pelos não-redimidos.
“…gemidos inexprimíveis…” – São sentimentos que não podem ser expressos com o intelecto humano, pois não existem palavras que poderiam dar essa idéia, porém o Espírito Santo se expressa com estes gemidos nos auxiliando em oração.
IV. Como Acontece Esses Gemidos Inexprimíveis?
O meio pelo qual isso se dá esses “Gemidos”, não podemos dizer que seja “fora de nosso ser”.
Poderíamos dizer que: “no espaço tempo” deve acontecer dentro de nós, de cada um de nós e por meio de nós – não é isso espetacular?
O instrumento a qual o violonista vai se apresentar é o violão. E por que pensaríamos que nós não seríamos o próprio instrumento pelo qual o Espírito Santo intercederia com tais gemidos inexprimíveis?
Enquanto tentamos encontrar palavras organizadas para apresentar a Deus nossas necessidades e desejos dos quais nem nós mesmo estamos tão ciente… o Espírito nos ajuda orando corretamente produzindo inteligentemente sons não decifrados pelo homem, porém compreensíveis ao Pai.
O próprio Espírito Santo está dentro de nós, nos dando sentimentos profundos dos quais jamais poderíamos ter de nós mesmos
A grande pergunta é:
Estamos desenvolvendo um ambiente propício com o Espírito Santo para que esse momento aconteça?
V. O Colhedor dos Sons Incompreensíveis
Romanos 8.27
E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque ele intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.
O Espírito Santo nos leva a orar as orações mais profundas e necessárias que existe para que o Propósito Eterno de Deus seja cumprido em nós, em nossa volta e no mundo
Ainda que o Espírito Santo é referido como aquele que “sonda nossos corações” (I Cor 2.10), neste texto o Espírito Santo é apresentado como intercessor e o Deus Pai como aquele que recebe a intercessão.
Deus colhe os “gemidos inexprimíveis” porque conhece a voz de seu Espírito no coração e mente do cristão, e tais gemidos são compatíveis com a vontade assegurando as respostas das quais o Espírito pediu.
VI. Uma Luta Cruel
O Espírito Santo é o inspirador da verdadeira oração e nos ajuda em nossa fraqueza para orar corretamente. Estamos inclinados a pedir coisas que seriam prejudiciais ao invés de útil.
Como Shakespeare lembra:
Nós, ignorantes de nós mesmos, peço muitas vezes o nosso próprio mal
Mas não sabendo o que havemos de pedir como convém, o Espírito intercede purifica os motivos de nossas orações.
VII. Os Dois Intercessores:
A dupla referência à intercessão do Espírito ( 8:26, 27 ) deve ser distinguida da intercessão de Cristo ( 08:34 ).
Como somos abençoados por ter dois poderosos intercessores divinos!
Ouça-me ó Deus:
Porquê Teu Espírito intercede;
Ouça-me ó Deus:
Porquê Jesus intercede diante de Tí.
- O Espírito está em nossos corações, levando-nos a orar corretamente.
- O Salvador está nos céus, apresentando nossas petições.
WC Procter usa a seguinte ilustração eficaz:
“O Espírito Santo age em assuntos espirituais como um advogado faz em nossos assuntos temporais – Ele é um “advogado câmara”, que prepara nosso caso.
Cristo é o nosso “Advogado junto ao Pai” (I João 2:1), que “aparece na presença de Deus por nós” ( Hebreus 9:24 ), “e também intercede por nós” (8:34).
As Epístolas deixam claro que a nossa necessidade da ajuda do Espírito na oração, na terra, é profunda (Efésios 6:18 ; Filipenses 3:3 RV; Judas 20 ),
Assim como a representação do Salvador no céu é urgente.
Entre os dois intercessores há unidade de propósito e harmonia do método. Os dois são um.
O Espírito Santo que conhece a mente e a vontade de Cristo, nos leva a orar de acordo com as mesmas.
O Espírito Santo intercede dentro de nós e Jesus diante do Trono Eterno
Para produzir a Oração que Convém.